Fatos
Origem e pesquisas
O extrato pirolenhoso faz parte da cultura japonesa há séculos. Hoje, com sua produção em escala industrial, além da utilização como bioestimulante foliar e repelente agrícola, também é usado pela indústria farmacêutica e de produtos de higiene como desodorante, fungicida e bactericida. Outra indústria que se beneficia do pirolenhoso é a alimentícia, que o utiliza como tempero para produtos defumados entre outras aplicações.
Ele é obtido através da condensação da fumaça resultante da queima da madeira, que resulta em um líquido rico em material orgânico, mas também com substâncias tóxicas que devem ser retiradas da solução para a sua utilização segura.
Muitas pesquisas foram feitas no Japão onde se observam os benefícios do extrato em diversos cultivos, entre elas destacamos: Ichikawa e Ota (1982) obtiveram maior enraizamento em plantas de arroz. Assim como Tsuzuki, Eto, Wakiyama e Harada (2000), registraram aumento na quantidade e no comprimento de raízes. Uddin, Murayama, Ishimine, Tsuzuki e Harada (1995) verificaram aumento no conteúdo de açúcar em plantas de cana-de-açúcar.
Em experimentos com batata-doce, Du, Mori, Terao e Tsuzuki (1998) verificaram que a utilização do extrato pirolenhoso proporcionou aumento de peso seco tanto da parte aérea como dos tubérculos.
Em plantas ornamentais Kadotta e Niimi (2004) verificaram maior número de botões florais em Melampodium suffruticosa (Baker) Stuessi, Salvia coccinea Buc’hoz ex Etl. e Zinnia peruviana (Lineus) L. e também observaram uma boa qualidade em flores como Tagetes patula, Zinnia lineareis e Melampodium paludosu. Registraram ainda aumento na produção de Tagetes, bem como aumento no número de ramos em Zinnia.
No Brasil já existem estudos sobre a utilização do extrato pirolenhoso.
O conhecimento sobre o pirolenhoso foi trazido ao Brasil pelos imigrantes japoneses. Porém, devido às características de produção do carvão vegetal no Brasil, que é em grande parte de baixa tecnologia, muitas vezes advindo da agricultura familiar, pouco se desenvolveu sobre o extrato no pais.
Vários institutos a exemplo da Embrapa vêm reunindo esforços para pesquisas, produção e utilização do pirolenhoso, entre os quais se destaca a Emater do Rio Grande do Sul.
Esta matéria produzida pela EmaterRS, apresenta os resultados obtidos com um extrato pirolenhoso produzido localmente:
Até agora a sua produção era artesanal, de baixa escala e sem retirar o alcatrão, tornando sua oferta pequena no mercado e de disponibilidade irregular, além da falta de homogeneidade e impurezas no produto, inviabilizando uma maior difusão desse insumo.
Agora, o mercado brasileiro pode contar com um extrato pirolenhoso sem alcatrão, produzido pela Ecogrill em escala industrial.
Referências: ICHIKAWA, T.; OTA, Y. Plant growth-regulating activity of pyroligneous acid. I- Effect of pyroligneous acid on the growth of rice seedlings. Japan Journal of Crop Science, Bankyo-ku, Tokyo, v. 51, n. 1, p. 14-17, 1982. • TSUZUKI, E.; WAKIYAMA, Y.; ETO, H.; HARADA, H. Effect of chemical compounds in pyroligneous acido on root growth in rice plants. Japan Journal of Crop Science, Bankyo-ku, Tokyo, v. 66, n. 4, p. 15-16, 2000. • DU, H. G.; MORI, E.; TERAO, H.; TSUZUKI, E. Effect of the mixture of charcoal with pyroligneous acido on shoot and root growth of sweet potato. Japan Journal of Crop Science, Bankyo-ku, Tokyo, v. 67, n. 2, p. 149-152, 1998. • KADOTTA, M.; NIIMI, Y. Effects of charcoal with pyroligneous acid and barnyard manure on bedding plants. Scientia Horticulturae, Japan, v. 101, p. 327- 332, 2004. — Fonte: WANDERLEY, C. da S.; FRARIA, R. T.; VENTURA, M. U. Chemical fertilization, organic fertilization and pirolygneous extract on vegetative development palm phoenix (Phoenix roebelenii) Semina: Ciências Agrárias, v. 33, n. 6, p.2238 Londrina, 2012